quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ANÁLISE DE IMAGEM SEGUNDO A GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL (GDV)

             A gramática do GDV foi desenvolvida por Kress e van Leuween (2001, 2006), e tem suas origens na teoria da Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday (2004), e se constitui como mais uma ferramenta para o estudo de imagens, partindo da premissa de que elas são estruturas sintáticas passíveis de análises, assim como é feito na linguagem verbal.

            A GDV estabelece uma perspectiva multimodal que envolve os significados de imagens. Neste viés, são, os significados representacionais, os interacionais e os composicionais que operam simultaneamente em toda imagem, construindo padrões de experiência, interação social e posições ideológicas a partir das escolhas de qual realidade está sendo representada, qual a visão de mundo é apresentada, que tipo de proximidade há entre os participantes da imagem e o leitor, como os participantes são construídos, quais são as cores da imagem, sua textura, como os gestos, as vestimentas, as expressões faciais são combinadas na organização da imagem etc.

            Kress e van Leeuwen (1996) propõem três metafunções, mais para o nossos estudos iremos da ênfase a metafunção Representacional que trata “das representações das experiências de mundo”, as quasis se subdivide-se em estrutura narrativa e conceitual do texto.

                Conceituando a narrativa - são processos de ação – (vetor), o ator é o (participante) de quem parte o vetor ou, em certos casos, ele próprio é o vetor e a meta – (meta, o objetivo da ação). O ator geralmente é o participante mais proeminente nas figuras, seja pelo seu tamanho, posicionamento, contraste com o segundo plano, cor e foco.

            Nas proposições narrativas visuais em que há apenas um participante envolvido, de modo que a ação não é dirigida a nenhum outro participante, a estrutura é chamada de não-transacional e quando essa é dirigida a um participante essa e chamada de transacional.

            E em algumas estruturas transacionais, também podem ter vetores, sendo eles: unidirecional ou bidirecional. Unidirecional quando o ator tem o seu olhar em direção a alguém ou a alguma coisa, ou seja, sua meta. E bidirecional quando os participantes se interagem sequencialmente ou simultaneamente, ou seja, quando um ator e outro participante, com função de meta, podem trocar de papel ou atuar dessa forma simultaneamente.

            A partir destas considerações, observa-se a articulação de vários modos semióticos nas publicidades selecionadas, a partir das análises.


IMAGEM 01

                       

https://www.google.com/searchq=ita%C3%BA+banco+menino&sxsrf=ALeKk026iAPQQ01WUMjF1dGoywN154HE7Q:1597179799681&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwiVuei0hpTrAhWiB9QKHTUpBBsQ_AUoAXoECA0QAw&biw=1536&bih=723.

A publicidade é composta por um ator, situado do lado direito onde também tem a apresentação do anúncio da campanha (educação#issomudaomundo), bem como do lado esquerdo tem-se os livros que é o símbolo da campanha contra o analfabetismo.

No que diz respeito aos significados representacionais, a imagem da publicidade sob análise, apresenta uma estrutura narrativa transacional unidirecional. Nota-se, nesse caso, a existência de apenas um participante, o ator: menino, de quem parte vetores formados pela posição de seus braços que indica a ação referente a investimento. O gesto produzido pelo braço esquerdo do participante representado direciona para a sua cabeça fazendo um sinal de comparação com a altura da pilha de livros que está a sua direita. Quanto à posição braço direito, ele está estático. É possível entender o gesto da mão do ator como uma espécie ação em que propõe/oferece a ideia de que é lendo que se cresce na vida. Quanto a posição do processo do banco itaú temos: vetor: estimular direcionado para a meta educação não-transacional.

Observa-se que as cores funcionam como um dispositivo semiótico formal que, além de estabelecer coesão e coerência no texto, veiculam ideias e fazem contrastes para chamara a atenção do leitor. A cor laranja e azul é usada para ressaltar dar destaque ao slogan do banco Itaú. Destacando em laranja o nome educação. Assim temos a seguinte análise:

IMAGEM 02

               

https://www.google.com/searchq=doe+leite+materno&sxsrf=ALeKk00xdinv6WzJE2FKNXeCnYG0DD6rw:1597179506729&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwi8jZCphZTrAhVaHbkGHYuCDXEQ_AUoAXoECA0QAw&biw=1536&bih=723

A publicidade compõe-se pela imagem da atriz (Sheron Meneses), na representação da mãe e o seu bebe, como participantes representados, na mensagem da campanha do leite (Doe leite materno).

             A metafunção observada e a representacional narrativa transacional bidirecional por que há um vetor que conecta o ator a sua meta no que diz respeito aos significados representacionais, da imagem da publicidade sob análise a qual o ator e a mãe (atriz) a partir do ator mãe/bebê uma ação em direção a meta. O vetor é a ação de doar/receber/consumir o leite representado pelo braço direito estendido a frente e a meta é o que deseja, ou seja, ou seja leite. Assim teremos a seguinte análise:


IMAGEM 03

                                                              http://www.crn2.org.br/crn2/noticias/aleitamento-materno-e-destaque-em-iniciativas-promovidas-e-apoiadas-pelo-crn-2

A publicidade compõe-se de uma estrutura narrativa com uma representação bidirecional, porque ao mesmo tempo em que o ator se mostra como meta da criação em relação ao vetor de amamentar a criança ou numa troca de funções onde o ator também pode ser a meta da criança. Em um terceiro processo pode ser observado o ator: pai como vetor: proteger e a meta cuida da amamentação. Assim temos a seguinte análise:













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